Eletrônica
atômica atinge dimensões práticas
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 18/07/2016
A nova técnica gerou circuitos eletrônicos práticos com vários
centímetros de comprimento. [Imagem: Mervin Zhao et al. -
10.1038/nnano.2016.115]
Eletrônicos feitos quimicamente
Em um avanço que ajuda a abrir o
caminho para uma nova geração de eletrônicos e tecnologias de computação - e,
possivelmente, aparelhos finos como papel -, engenheiros desenvolveram uma
maneira de montar transistores e circuitos com apenas alguns átomos de
espessura.
Em vez da tradicional litografia
usada pela indústria eletrônica, os componentes e circuitos são montados
quimicamente.
Melhor ainda, a técnica gera
estruturas funcionais em uma escala grande o suficiente para que se comece a
pensar em aplicações realistas e escalabilidade comercial.
"Este é um grande passo rumo
a uma forma escalável e repetível para construir eletrônicos com espessura
atômica ou acondicionar mais poder de computação em uma área menor," disse
o professor Xiang Zhang, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA.
Computador atômico
A nova técnica química permite
controlar a síntese de um transístor no qual estreitos canais são entalhados no
grafeno. Nesses canais é
crescido um cristal de um material semicondutor conhecido como "metal de
transição dicalcogeneto", ou TMDC (transition-metal dichalcogenide)
- esses materiais são mais conhecidos como molibdenita, mas pertencem
a essa classe o dissulfeto de molibdênio (MoS2)
e o dissulfeto de tungstênio (WS2).
Os dois materiais são cristais de
uma única camada e atomicamente finos, de forma que o circuito eletrônico
resultante é essencialmente bidimensional. Na horizontal, a síntese consegue
cobrir uma área de vários centímetros de comprimento e alguns milímetros de
largura, várias ordens de grandeza maiores do que os experimentos anteriores.
Estrutura mostrando como os cristais de molibdenita
(MoS2) ligam-se aos cristais de grafeno (hexágonos cinza). [Imagem: Berkeley
Lab]
A aplicabilidade prática da nova
técnica foi demonstrada com a montagem de um circuito lógico conhecido como
inversor. De acordo com a equipe, isso reforça ainda mais a capacidade da
tecnologia para estabelecer as bases para construir quimicamente um computador
com circuitos de dimensões atômicas.
"Os dois cristais
bidimensionais foram sintetizados na escala de wafer de uma forma que é
compatível com a atual manufatura de semicondutores. Integrando nossa técnica
com outros sistemas de crescimento [de cristais], é possível que a computação
do futuro possa ser feita completamente com cristais atomicamente finos,"
diz Mervin Zhao, principal idealizador da técnica.
Bibliografia:
Large-scale chemical assembly of atomically thin transistors and circuits
Mervin Zhao, Yu Ye, Yimo Han, Yang Xia, Hanyu Zhu, Siqi Wang, Yuan Wang, David A. Muller, Xiang Zhang
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2016.115
Large-scale chemical assembly of atomically thin transistors and circuits
Mervin Zhao, Yu Ye, Yimo Han, Yang Xia, Hanyu Zhu, Siqi Wang, Yuan Wang, David A. Muller, Xiang Zhang
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2016.115
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