Competição de
robótica atrai cerca de 1,2 mil alunos do país ao Rio
Vencedores vão
participar da maior competição do mundo, nos EUA
Publicado em 17/03/2019 - 18:31
Por Vinícius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Cinquenta
anos depois que o homem pisou na Lua, em 1969, cerca de 1,2 mil estudantes
brasileiros competiram neste fim de semana no Rio de Janeiro, do Festival Sesi
de Robótica, com projetos voltados para a pesquisa no espaço. As soluções
apresentadas por estudantes, a partir de 9 anos, passaram por temas como
combustíveis alternativos, materiais leves e sobrevivência em atmosfera zero.
Os
estudantes disputaram em três categorias, e em duas delas estavam disponíveis
vagas para participar da maior competição de robótica do mundo, o World
Festival, em Houston, nos Estados Unidos. O gerente executivo de educação do
Sesi, Sergio Gotti, comemora que, muito além de prêmios internacionais, a
competição estimula a curiosidade e desenvolve nos jovens uma série de
habilidades que não se restringem ao comando de máquinas.
"Sempre
defendemos que a robótica não pode ser uma disciplina específica, ela tem em
que ser um componente transversal para ajudar as outras disciplinas a
desenvolverem melhor a parte prática dentro da teoria. A robótica é um grande
elemento impulsionador da aprendizagem, e não uma disciplina em si".
Estudantes de diversos estados do
país participam do Festival Sesi de Robótica, no Píer Mauá, na zona portuária
da capital fluminense - Tomaz Silva/Agência
Brasil
O
educador conta que um terço das escolas participantes da competição é pública e
que o perfil dos alunos que vieram ao Rio mostrar seus projetos quebra
estereótipos. "Tem muita gente vinculada a arte, o cara mais criativo, o
mais expansivo, o que é mais tímido. A robótica consegue aglutinar esses
elementos", disse, resumindo: "O perfil é o cara mais curioso do
mundo. Pode ser da matemática, da arte, da química, das linguagens. Quem está
aqui tem curiosidade".
Foi o
fato de ser curiosa que levou Yasmim Santos Ferreira, hoje com 18 anos, a
começar a estudar robótica, quatro anos atrás. Estudante de uma escola do Sesi
em Salvador, ela hoje cursa graduação em engenharia da computação e curso
técnico em desenvolvimento de sistemas.
Estudantes de diversos estados do
país participam do Festival Sesi de Robótica, no Píer Mauá, na zona portuária
da capital fluminense - Tomaz Silva/Agência
Brasil
"Meu
professor de geografia era técnico de uma das equipes e comentou comigo que ia
ter um campeonato interno. Participei e fui convidada para participar de outra
equipe. Eu ia fazer só a pesquisa, mas como fui muito curiosa, o técnico me
chamou para a arena [de competição]".
A
soteropolitana já participou da competição em outros anos, mas desta vez seu
time saiu com o prêmio de pensamento crítico no desafio tecnológico, que avalia
a aplicação de conceitos industriais na criação de robôs.
O robô
construído por sua equipe reconhece minérios e os separa por tipos em um
depósito ou no interior de uma nave espacial, usando conceitos físicos para
otimizar os movimentos durante esse processo.
O
interesse e a experiência em robótica fez com que ela fosse aceita com uma
bolsa parcial para fazer um curso de verão no Vale do Silício, nos Estados
Unidos, onde espera ficar ainda mais perto de seus objetivos
profissionais.
"A
área de tecnologia é muito abrangente. Tenho muito interesse em estudar a
utilização de realidade aumentada e realidade estendida", contou.
Edição: Carolina Pimentel
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