Brasil é
vice-campeão em mundial de profissões técnicas com 7 medalhas de ouro
- 19/10/2017 19h58
- Brasília
Helena
Martins - Repórter da Agência Brasil
Quando o assunto é desempenho de profissões
técnicas, é o Brasil quem ganha de diversos países por 7 a 1. Confirmando a
qualidade do ensino e do trabalho desenvolvidos em diversos ramos, brasileiros
conquistaram 7 medalhas de ouro, 5 de prata e 3 de bronze, além de 26
certificados de excelência, na WorldSkills 2017, maior competição de
modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de
serviço. As vitórias garantiram o segundo lugar no torneio finalizado nesta
quinta-feira (19) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes
Os brasileiros ganharam ouro em Mecatrônica,
Eletricidade Industrial, Manufatura Integrada, Tornearia CNC, Polimecânica e
Automação, Escultura em Pedra e Tecnologia de Mídia Impressa. Competidores das
modalidades Tecnologia da Moda, Joalheria, Construção de Estruturas Metálicas,
Manutenção Industrial e Desenho Mecânico – CAD levaram a prata. Já as quatro
medalhas de bronze foram obtidas nas seguintes modalidades: Marcenaria de
Estruturas, Movelaria e Construção de Estruturas para Concreto.
Estudante brasileiro comemora medalha de ouro na
cerimônia de encerramento do WorldSkills 2017José Paulo Lacerda/CNI
Realizada entre os dias 15 e 18 deste mês, a
WorldSkills reuniu 1.256 jovens de 68 países em 52 ocupações técnicas. A
delegação brasileira contou com 56 pessoas, sendo 50 vinculadas ao Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e seis ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac). Os competidores são estudantes de cursos de
educação profissional de até 23 anos de idade no ano em que se realiza o
torneio. Em Abu Dhabi, eles formaram a equipe que ganhou o nome Top One,
que concorreu em 50 modalidades.
No quadro geral, o Brasil, que havia sido campeão
na última edição, realizada em São Paulo, em 2015, perdeu apenas para a Rússia.
O feito inédito dos russos também contou com uma mãozinha brasileira:
profissionais que competiram em sete ocupações foram treinados pelo Senai. A
contratação objetivou ampliar a preparação e também a divulgação de carreiras
técnicas naquele país, que sediará a próxima edição da WorldSkills, em 2019, na
cidade de Kazan. O empenho também levou a Rússia a apresentar a maior delegação
na edição deste ano.
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Apesar de o Brasil ter perdido a liderança, o
resultado, na opinião do diretor-geral do Senai e diretor de Educação e
Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi,
confirma o que resume como "excelência" da educação profissional do
Brasil. “Estamos muito orgulhosos com o resultado, com a demonstração de
excelência que o Brasil tem na competição mundial de profissões técnicas. Nós
demonstramos o alto nível que temos no conjunto das profissões. Estamos ao lado
de potências industriais como a China, potências tecnológicas, como a Coreia do
Sul e a Suíça, países emergentes como a Rússia, mas com alta tecnologia. Estamos
entre os cinco melhores”, afirmou Lucchesi, logo após a cerimônia de
encerramento da competição.
Para o presidente da CNI, Robson de Andrade, o fato
de o Brasil estar ao lado de China, Coreia do Sul, Suíça e Rússia, em termos de
qualidade dessas profissões, “é importante para criar oportunidades para os
jovens e competitividade para as empresas”. Como resultado disso, a
confederação espera melhorias na economia do país. Segundo estudo do
Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de
Janeiro, profissionais que fizeram cursos técnicos têm um acréscimo na renda de
18%, em média, em relação a pessoas com perfis socioeconômicos semelhantes que
concluíram apenas o ensino médio regular.
Provas
Antes da competição, ao longo de meses,
profissionais oriundos de todas as regiões brasileiras foram treinados pelo Senai em centros
de referência. Acompanhados por orientadores em cada uma de suas
áreas, eles realizaram atividades para aprimorar técnicas e também enfrentaram
uma disciplina diária de exercícios físicos, treinamento técnico e psicológico.
Nas provas, eles tiveram que completar desafios
propostos pela organização da competição, dentro de padrões internacionais de
qualidade. A pontuação levou em conta habilidades técnicas individuais e
coletivas, bem como o tempo de execução das tarefas. Ao todo, o Brasil acumulou
34.901 pontos.
Desafios globais
Além das disputas, os profissionais também se
reuniram para dialogar sobre temas que afetam o mundo do trabalho hoje, como a
economia verde (preocupada com tecnologia de desenvolvimento sustentável, que
reduz riscos ambientais e a escassez ecológica) e a indústria 4.0 (uma
referência à quarta revolução industrial, baseada na internet das coisas e
computação nas nuvens), no chamado Fórum da Juventude, evento integrante da
WorldSkills.
Como fruto das discussões, uma carta foi formulada
pelos participantes e entregue aos representantes de todos os países que
marcaram presença na competição. Entre outras medidas, defendem que sejam
adotadas políticas de estímulo ao empreendedorismo e também ações para tornar
os cursos e, até mesmo, as profissões, mais inclusivas.
Edição: Davi
Oliveira
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