Missão de
desvio de asteroides envolverá cinco naves
Com
informações da ESA - 08/11/2016
Além da nave-mãe e do módulo de pouso, a missão contará com uma sonda de
impacto e dois nanossatélites, que tentarão filmar tudo de
perto.[Imagem: ESA - ScienceOffice]
Cinco
naves contra dois asteroides
A ESA (Agência Espacial Europeia)
anunciou estar entrando na etapa final de avaliação da sua Missão Impacto a um
Asteroide, ou AIM (Asteroid Impact Mission).
A missão AIM voará junto com a missão DART (sigla em
inglês para Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide), da NASA. O alvo de
ambas é o sistema duplo Dídimo, um binário, com dois asteroides girando um em
torno do outro - o asteroide primário tem cerca de 800 metros de diâmetro,
enquanto o satélite tem cerca de 150 metros.
Enquanto a DART atinge o menor
dos dois asteroides, a sonda AIM será responsável por coletar todos os dados
técnicos necessários para validar os modelos de um impacto para desviar um
asteroide de sua rota.
Além disso, dois nanossatélites (cubesats)
serão enviados para observações complementares e mais arriscadas, bem mais
próximas do asteroide, e um módulo de pouso, a microssonda Mascot-2, descerá na
pequena lua Dídimo para examinar a sua estrutura interior.
Não há muito tempo disponível
para a preparação da missão porque os asteroides continuam vindo em direção à
Terra, para uma passagem sem risco de choque em 2022. Só na Europa, mais de 40
empresas de 15 países estão envolvidas na fabricação dos diversos sistemas da
missão. Nos EUA, a construção do módulo de impacto está sendo coordenado pelo
Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Modelo em escala do módulo de pouso Mascot-2, que
tentará pousar na lua do asteroide binário Dídimos. [Imagem: ESA/DLR]
Pouso e observação
Para observar os asteroides, a
missão usará a mesma câmera que a sonda Dawn, da NASA, está usando para
observar o planeta anão Ceres.
Mas o sistema está sendo testado
com os dados da sonda Rosetta, que orbitou um cometa durante mais
de um ano.
"Não há dois asteroides
exatamente iguais, e na verdade os asteroides Dídimos estão realmente muito
distantes para que os astrônomos saibam suas características superficiais
precisas. Mas essas imagens da Rosetta oferecem um análogo útil para testar a
precisão de navegação que precisaremos para manobrar rumo ao nosso alvo, a 'lua
Dídimo', e, finalmente, liberar a Mascot-2 na sua superfície, com alguns
centímetros por segundo de precisão," explicou Michael Kueppers, chefe do
projeto AIM.
A ESA também está trabalhando com
as empresas que apresentaram os melhores projetos de nanossatélites para voar a
bordo da AIM.
Filmar o impacto
Uma missão multiveículos -
nave-mãe, sonda de pouso, sonda de impacto e nanossatélites - no espaço
profundo é algo pioneiro na exploração espacial.
A AIM também demonstrará uma
tecnologia inovadora que permitirá que a sonda navegue autonomamente em torno
do asteroide, como uma nave espacial autodirigida, sem necessidade de receber
comandos da Terra.
O objetivo é que esse conceito de
autonavegação possa ser aplicado em futuras naves espaciais destinadas a
explorar corpos celestes mais
distantes da Terra.
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