Pesquisas
sobre recuperação do Rio Doce vão ter R$ 6,7 milhões
- 07/03/2016 18h56
- Belo Horizonte
Léo
Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil
Governador
Valadares (MG) - Passagem da lama pelo Rio Doce por causa do rompimento
de barragem com rejeitos de mineração em Mariana (MG)Leonardo Merçon/Instituto
Últimos Refúgios/Divulgação
Pesquisadores mineiros poderão encaminhar, até esta
terça-feira (8), propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação
que contribuam para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da
barragem da Samarco, que ocorreu no município de Mariana (MG) em novembro do
ano passado. Os órgãos responsáveis pelo processo seletivo são a Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Ao todo, o edital prevê um
investimento de R$ 6,7 milhões. Cada projeto contemplado poderá receber até
R$200 mil. Os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e
a cada seis meses será preciso apresentar um relatório. As propostas podem ser
enviadas pela internet até as 17h desta terça-feira.
Saiba
Mais
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Segundo Paulo Sérgio Beirão,
diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, serão privilegiadas
propostas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias ou que possam
futuramente se converter em produtos. "Estamos convocando a inteligência
que nós temos no estado de Minas Gerais para propor soluções que sejam interessantes.
Projetos bem-sucedidos podem inclusive servir de modelo para aplicação em
outras bacias, independentemente de ter um desastre ou não. Temos problemas de
contaminação da água, por exemplo, em várias partes do país", ressaltou.
São quatro linhas temáticas
possíveis: recuperação do solo, recuperação da água, recuperação da
biodiversidade e tecnologias sociais. "Podemos ter projetos que apontem
para possibilidades de uso da lama acumulada ou para formas de tornar o solo
agricultável. Que plantas poderiam se adaptar à região atingida? É um
conhecimento importante. Outras alternativas seriam pesquisar estratégias
eficientes para tratamento da água ou para fomentar a reprodução dos peixes nas
áreas afetadas", explica Beirão.
Pesquisa nacional
Nas próximas semanas, deve ser
lançado um outro edital que permitirá a participação de grupos de pesquisadores
de outros estados, desde que pelo menos um membro seja de Minas Gerais ou do
Espírito Santo, estados afetados pelo rompimento da barragem. Esta outra
seleção é fruto de parceria entre a Fapemig, a Capes, a Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Agência Nacional de Águas
(ANA).
Diferente do edital anterior,
cujo enfoque é o desenvolvimento de tecnologias, a nova chamada privilegiará
propostas multidisciplinares e que incluam intervenções diretas nas comunidades
atingidas. A estimativa é que sejam destinados cerca de R$ 12 milhões para as
pesquisas e cada proposta poderá solicitar até R$ 1 milhão em trabalhos a serem
desenvolvidos por um período de até 4 anos.
Acordo
O rompimento da barragem em
Mariana (MG) ocasionou a morte de 19 pessoas, além de provocar destruição de
vegetação nativa e poluição das águas da bacia do Rio Doce. Na semana passada,
a Samarco e os governos fecharam um acordo para
recuperação da Bacia do Rio Doce em 15 anos. Somente nos primeiros três anos, a
mineradora teria que desembolsar R$ 4,4 bilhões. O acordo ainda precisa ser
homologado pela Justiça.
Edição: Carolina
Pimentel
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