domingo, 9 de novembro de 2014

FUNDAÇÃO,


HARI SELDON, TRANTOR

Isaac Asimov é um dos meus ídolos literários. Aplico como consultor os padrões da psico-história e tenho sucesso e resultado. As coisas mudam quando estão no seu limite e obedecem milhões de possibilidades. Fator de incerteza, quando maior o numero de humanos, mas correto é o padrão de reação. Adoro grandes números e é a economia uma prima distante desse modelo de ciência. Porque a psicologia desempenha um papel melhor e mais apurado sobre os números. Pai dos eventos humanos em grande escala, sua literatura é um frescor de esperança no gênio humano...PAULO SOUZA  


Obra máxima do escritor Isaac Asimov, a saga da Fundação inicia-se com a Trilogia da Fundação, escrita na década de 1950. Os três títulos que a compõem – Fundação, Fundação e Império e Segunda Fundação – foram eleitos, em 1966, a melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos, superando concorrentes de peso como O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, e a série John Carter de Marte, de Edgar Rice Burroughs.

Isso não se deve apenas à combinação de conflitos épicos e tramas profundas, mas também ao grande trabalho de pesquisa e às referências envolvidas em sua criação. Em Fundação, Hari Seldon – criador da psico-história, ciência que mescla história, sociologia e estatística para prever as ações coletivas de grandes populações – previu o fim iminente do Império Galáctico e arquitetou um plano para que o conhecimento humano acumulado até então não se perdesse. Um pequeno planeta no limite da galáxia tornou-se o receptáculo de todas as esperanças da humanidade para reconquistar sua grandeza.

Mas a Trilogia não encerra a história da Fundação. Atendendo a inúmeros pedidos de fãs e de seus editores, Asimov escreveu, nos anos 1980, mais quatro livros que complementam a maior de todas as aventuras da raça humana. O primeiro deles, Limites da Fundação, foi editado em 2012 pela Aleph, que agora acaba de lançar Fundação e Terra, dando continuidade à saga. Os outros dois títulos, Prelúdio à Fundação e Origens da Fundação, serão lançados em meados de outubro deste ano e em 2014, respectivamente.

Em Fundação e Terra, as dúvidas do Conselheiro Golan Trevize quanto ao bom andamento do plano milenar de Hari Seldon levam-no a uma jornada rumo aos limites da galáxia. Seu destino é o planeta que deu origem a todo o antigo Império, um lugar chamado Terra. Uma missão inglória, visto que todos os registros da existência desse lugar mítico parecem ter sido apagados. Com a ajuda do historiador Janov Pelorat e da intrigante Júbilo, Trevize vaga pelas estrelas tentando solucionar o mistério que pode elucidar a origem da humanidade e da própria Fundação.

É neste livro que Isaac Asimov inicia uma grande revisão de todas as suas histórias. Seu próprio grande plano é posto em ação: unificar toda a sua obra de ficção, que atravessa milênios de história humana, fazendo com que os fatos ocorridos em livros como Eu, Robô e O Homem Bicentenário ocorressem na mesma linha de tempo de Fundação.

Isaac Asimov nasceu em Petrovich, Rússia, em 1920. Naturalizou-se norte-americano em 1928. O Bom Doutor, como era carinhosamente chamado pelos fãs, escreveu e editou mais de 500 livros, entre os quais O Fim da Eternidade, Os Próprios Deuses e a série Fundação – que contempla a Trilogia e outros quatro títulos que ampliam a saga –, além das histórias de robôs que inspiraram filmes como Eu, Robô e O Homem Bicentenário. Afora suas mundialmente famosas obras de ficção científica, Asimov alcançou sucesso também com tramas de detetive e mistério, enciclopédias, livros didáticos, textos autobiográficos e uma impressionante lista de trabalhos sobre aspectos variados da ciência. Morreu na cidade de Nova York em 1992, por falência múltipla dos órgãos provocada pelo vírus da Aids, contraído em uma transfusão de sangue realizada durante uma cirurgia em 1983. 

Curiosidades •
A Columbia Pictures detém os direitos de filmagem de Fundação, tendo contratado o cineasta Roland Emmerich (Independence Day) para a direção. Porém, desde 2009, não existe desenvolvimento na produção da película.
• Além dos hollywoodianos Eu, Robô e O Homem Bicentenário, outros livros de Asimov foram adaptados para o cinema, entre eles O Fim da Eternidade, que ganhou uma versão tão rara quanto bem comentada, produzida em 1987 na extinta União Soviética.
• Isaac Asimov escreveu também dezenas de livros de divulgação científica e, por isso, também exercia o papel de consultor científico para algumas obras. Foi o que fez, por exemplo, no primeiro filme de Jornada nas Estrelas para o cinema, em 1979.
• Em 2009, uma cratera de Marte foi batizada com o nome Asimov, em sua homenagem.
• Mesmo após sua morte, Asimov ainda recebeu pelo menos um prêmio por uma de suas obras, o Hugo retrô de melhor romance de 1946, concedido em 1996, por “O Mulo”, sétima história da Trilogia da Fundação, hoje parte integrante do volume Fundação e Império.
• Disse Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia de 2008, sobre Fundação: “Há uma série muito antiga de Isaac Asimov – os romances da Fundação – na qual os cientistas sociais entendem a verdadeira dinâmica da civilização e a salvam. Isso é o que eu queria ser. E isso não existe, mas a economia é o mais próximo que se pode chegar. Então, como eu era um adolescente, embarquei nessa”.